Em
um balanço desde a abertura do mercado ressegurador, pontos positivos e o que
há para melhorar, Paulo Eduardo de Freitas Botti, presidente da Terra Brasis,
destacou que de um total de R$ 9 bilhões em volume de prêmios de resseguro
cedido pelas seguradoras brasileiras, 70% da colocação está com o IRB-Brasil RE
e que o mercado é bastante importador.
“Na época do
monopólio do IRB, o mercado brasileiro ficava com 50% do volume do prêmio de
resseguro após a retrocessão. Percentual hoje que está entre 30% e 40%, o que é
uma vitória, pois com o mercado aberto este percentual de prêmio retido é
considerável”, analisou.
Botti também
destacou que entre os 40 maiores grupos resseguradores mundiais, 36 operam no
Brasil e que 90% dos profissionais do setor têm nível superior. “É a indústria
de mais alto nível visto até hoje”, complementou.
Próximos passos
Na visão do
executivo da Terra Brasis, falta inovação. “Há uma carência em trazer para o
Brasil experiências internacionais das resseguradoras e o que foi feito até hoje
é muito pouco em termos de inovação. Os processos integrados de mercado,
colaboração e compartilhamento, são muito importantes”, afirmou.
Ele também
falou sobre a carência de um sistema para dinamizar a colocação de resseguros
no País e neste sentido, comentou a iniciativa da CNseg com a criação da
central de serviços. “O que talvez possa ser um organismo muito utilizado pela
área de resseguros”, disse.
Um terceiro
aspecto por ele colocado foi o financeiro. “Nós temos um preço igual a todos
(nivelado ao mercado internacional), porém com um custo operacional muito
maior. É preciso também que sejam feitos ajustes na regulamentação, pois antes
da abertura o mercado era unicamente doméstico. A legislação foi feita para
cessão de riscos locais, nunca se preocupou com a questão de aceitação de
riscos no exterior”, disse.
Ele defendeu
que práticas de mercado precisam ser melhoradas, como a solicitação para que
reseguradoras locais declinem da aceitação de riscos para colocá-los no
exterior, oferecendo ou não vantagens em negócios futuros. “Além disso,
mudanças bruscas e práticas ruins colocam em risco não só o resseguro, mas o
mercado local de seguros corporativos. Isto é o que está em jogo. Temos um
mercado competitivo, cheio de vigor, temos potencial tecnológico e humano. Não
podemos deixar que este entusiasmo se perca”, finalizou.
Fonte:
CQCS.
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